A cor do sangue nem sempre é a mesma.
Há quem diga que o corpo é tela,
Ou se apoia ou se deita.
Quando não se gosta, se queima ou se rasga…
É desonra quebrar a moldura.
A cor da dor nem sempre é a mesma.
Há quem diga que a que se opõe neutraliza,
Ou apaga ou se mescla.
Quando não se acerta, se lava ou se cobre…
É pecado diluir em outra.
A cor da vida nem sempre é a mesma.
Há quem diga que a arte é livre,
Ou se nasce ou se abstém.
Quando não se aprende, se copia ou se tenta…
É calúnia explicar porquê.
A cor da dor nem sempre é a mesma.
Algumas surgem da mistura de muitas;
Outras do quanto se usa.
A cor da dor nunca é a mesma,
E uma obra nem sempre se termina.
Como quando meu sangue ainda era branco,
E ele me pintou com os dedos e o barro vermelho.
Limpa.
*https://www.youtube.com/watch?v=YHdBHr6bVxw
Talvez seja uma questão de peso. Talvez o sangue será sempre mais denso que a saliva.
Tudo que há de bonito não anula, apenas dilui. E a dor é espessa...respinga e mancha.
Toda vez que nós passávamos pela casa da direita eu pensava em gritar. Toda vez que ela me deixava ir eu pensava em contar.
Até hoje eu faço a única coisa que eu aprendi com ele. Aguentar.
0 Comentários.:
Postar um comentário