domingo, maio 16, 2021

2m²




Não me deixe cair. 

Todo meu peso é o peso que carrego,

Toda minha forma é a forma como fui feita. 

Tampouco me segure nas mãos;

Estou assim desde o dia que ninguém sabe.

Não me deixe cair.

Todo meu tamanho é o tamanho que tomo,

Todo meu perigo é o perigo que corri.

Tampouco me envolva nos braços;

Sou assim desde o dia que tu não viveu. 

Não me deixe cair…

Me coloca de volta onde me encontrou;

E me deita no chão com o mesmo cuidado.

Não me deixe cair…

Me devolva ao fundo do buraco que abri.

Contanto que me deixe e consiga sair,

Pode ficar e olhar da beira porque de mim sobrou pouco.

O que era estilhaço, virou pó. 

E o que era eu, tornou-se só.

Desarma.




 [Suelen de Miranda]



*https://www.youtube.com/watch?v=JQSUDAL0iYE
Ultimamente assinar esses textos tem feito sentido nenhum. Se há o que sentir é que não deveria. 
O mundo não conhece um mundo sem mim. De todos os sorrisos que abri em outras bocas, ou de todas as lágrimas que eu sequei... Qualquer outro poderia ter feito melhor.
Não sou eu... Nunca foi eu. De toda a dor sobreposta, da morte de quem não pertencia morrer à vida de quem nunca deveria ter nascido. Se existe um porque... Se existe um deus ou qualquer coisa... Eu não lembro de muita coisa, mas me lembraria de ter consentido. 
É quase engraçado. Ele está lá. Roupas bonitas, profissão e batimentos cardíacos. Vida, respiro, riso e talvez até amor.  Ele está lá. Virgindade e futuro, tanto faz. 
Sabe... minhas pilhas estão acabando... não deveria fazer diferença já que eu não conheci outra vida. 
Não.
Desculpa.