quarta-feira, abril 22, 2020

República'

É como se fosse, 
Eu, uma cidade inteira esperando o acordar.
Minhas veias, as ruas que tu nunca irá cruzar. 
Todos os habitantes que um dia eu fui, 
Todas as casas que eu tenho pra oferecer…
Quando tu não me olhas, eu me abandono. 
É como se fosse, 
Tu, uma corrente que delimita sinalizando o começar.
Tuas palavras, as árvores plantadas que eu não sei podar.
Todas as saídas que um dia tu teve,
Todas as fronteiras que tu não quis conhecer…
Quanto eu não te chamo, eu me esqueço.
É como se fosse,
Eu, uma cidade vazia por inteiro;
Meus pés; os postos, e meu peito; o aterro. 
É como se fosse,
Eu, a neblina chovendo nas ruas;
Meus olhos; as esquinas, e minha boca; a entrada.
Não que eu me esqueça de quem me governa…
Mas tu me popula sem democracia.
Mora
.


[Suelen de Miranda]

*Eu me querendo de volta continuo me buscando onde ninguém entrega. Eu sei que não é possível... Eu vivo por dentro de mim desde que nasci, morri e continuei aqui. 
https://www.youtube.com/watch?v=xY1BfWQWqDk
Talvez seja falta de mim. Talvez seja falta de sentir. Talvez seja ela e eu não sei como conseguir.
O que se apoia no outro se tira de si ? Divisão também é soma e subtração.
Me perdoa por não saber mais como apenas existir.

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