domingo, agosto 28, 2011

Utopia'




Bem me faz, mal me faz. Mal me faz.
Drenado de mim o que era para ser meu, mas eu não sei por que não faz sol.
Procuro por onde virão todas as gotas da chuva que hoje não mais nos molha.
É como esquartejar uma pequena flor e saber que o mal não vem de sua última pétala.
Fechando os olhos e retirando dela o que o destino disse que seria nosso.
Bem me faz, mal me faz. Bem me faz.
Sai como chuva por entre as vielas da rua suja, desce a esquina e vai.
Leva como lágrima e lava nossas almas, para esperarmos o melhor da noite.
Deixar crescer;  sentir o aroma doce e assistir as cores.
Se bem me faz, ou mal me faz; já tanto faz.
As chuvas ainda hão de vir, e que sejam retirados de mim;
Minhas eternas pétalas da alma, mas da flor; não mais.
Sinto-me forte como todo um jardim.

(Suelen de Miranda)
* Me sinto bem hoje. Acho que pela música , acho que por ele, talvez por tudo.

terça-feira, agosto 23, 2011

2 em 1'

 

Entre teias de pó e cimento. Há uma voz que me faz voltar, me faz ver tudo o que passou e que ainda resta. Me faz crer na doença.  
Então me diga o que disseste antes, repita, seja clichê, não me importa. As gotas do copo d'água que tomaste já secaram sobre a toalha de renda, e feito água minhas lágrimas ainda não. 
Os restos de tudo, do todo que éramos, de quando seguravas minha mão, de quando eu esperava para morrer. Há entre os restos do pó; as teias, entre o cimento; o pó, entre a renda; a água.
Me faz crer, vamos! Me faz crer hoje, que amanhã eu ainda poderei olhar o céu, e descobrir que a noite é apenas o começo de uma nova manhã. 
Mesmo que entre chamas de vidro e areia. Há um reflexo que me faz voltar por ti, me faz vislumbrar o que ainda não conquistei, me faz crer que tu estás doente e é assim que deves permanecer.
Me diga, me mostre, tatue, costure, de maneira essa qualquer; apenas o faça ficar.
Pois os restos de tudo morreram mim, do todo que éramos hoje putrefam por dentro.  Ainda há chamas entre os vidros, entre os vidros; areia.
Tu me prendes e sujas, me assiste secar. 
Tu me queimas e marca de gado, me cortas e chateias.
Tu me dói.
Repita, faça clichê para lembrar... Tu és eu. 

(Suelen de Miranda)

*I don't know what to do.



domingo, agosto 14, 2011

Escuta'




Dedilha as cordas finas e dam dam daaam... hmm humm hum.
A voz roca entoa as palavras que nunca poderei escrever,
Nunca poderei nomear, mas poderei ouvir, sim... e tu também.
Um leve gemido e o peso dos dedos recorrem as cordas medianas, que ecoam seus gritos.
Ele fala sobre ela, mas saberá ela?!.
Disseram a ele que esquecesse, mas nunca o disseram que ela iria morrer.
Ele diz que carrega a nudez, sim... a nudez dela, vinda de seus olhos.
Espanca as cordas do objeto com cordas, e sussurra um ritmo.
Ele ainda fala sobre ela, mas saberá ela?!
Ele diz que o silêncio dela grita por detrás.
A falha na gravação deixa ainda melhor, o ar da vitrola que não há.
As palavras faltam; e hmm hmmm dam dam dammm, dammm... dam dam....
[...] toc toc toc.


(Suelen de Miranda)

*Perdão pelo escrito sem sentido acima, mas é que eu estava ouvindo "Girl called Itch" do Nelo Johann - o que não é novidade -,  e foi o que minha mente mandou meus dedos escreverem.
Enfim, está horrível mas... postei.
 -
Não estou um oceano de sorrisos, mas quando ele está comigo, bem...tudo é mais confortável.
Will (L).


quinta-feira, agosto 04, 2011

Que seja o amor'




Duas formas, dois seres, duas mentes, dois amores.
Não, um amor.
Um problema.
Se nos corpos houverem partes iguais, haverá guerra.
Mas se forem diferentes, digo-lhe; totalmente diferentes, poderás ouvir a marcha nupcial.
Ambos, sim, é o que lhe digo, ambos ainda são dois seres, duas mentes.
Mas para outrem; que repugna o diferente, o diferente é que se pode aceitar.
Se há igualdade, não há dois seres, haverá dois monstros.
Não, um amor.
Problema deles.
Se há diferença, há o que chamam de comum, mas é claro que sim;
É comum que julguem e deixem de amar, é sim. É normal.
É normal que esbocem a generalização da crueldade de sua própria maldade.
Problema nosso.
Duas formas, dois seres, duas mentes, dois humanos.
Genitálias iguais ou não, humanos. Cores iguais ou não, humanos.
Que seja o amor.
"Todos somos humanos, o amor deveria bastar."

(Suelen de Miranda)

*Não deveria?