Tenho pensado no porquê.
De não haver lápide, de não haver caixão.
Não compreendo como não me compreendem.
As ruas continuam movimentadas,
As televisões continuam ligadas.
Tenho tentado entender o porquê.
De não haver terra, de não haver reza.
De não haver flores, de não haver velas.
Não é preciso ser velório para estar morto.
Alguns caixões são quartos e cobertores.
(Suelen de Miranda)
* Acho que até sei o que fazer. Mas sinto como se sufocasse. Parece não haver como melhorar. O dia seguinte nunca é melhor que o anterior. As frases de autoajuda me irritam. O rosnado do meu cachorro me lembra de coisas que eu morreria para esquecer. Parece piada, mas daquelas muito longas que perdem a graça quando você já não mais vê o final.
Belo e sombrio poema, bem ao meu gosto e estilo!
ResponderExcluirTem horas que a morte pode ser um longo sono, e durante ele, nada sentimos. Isso é tão bom... O assutador de verdade é quando a gente acorda.
ResponderExcluir"As ruas continuam movimentadas,
As televisões continuam ligadas."
Tudo permanece igual, nada muda de lugar e nada dentro de nós muda. Não anda, não se movimenta.
Eu não sei o que tu sentes, mas sei que nos últimos dias, eu tenho sentido igual.
A tristeza tem a sua beleza, e eu vejo isso nos teus escritos Su! <3
Ma belle,
ResponderExcluirDo escrito em si apenas tenho a dizer: belíssimo!
Quanto ao que demonstra, entristece-me saber que assim te sentes. Sei-o mesmo quando tu me não contas, quando não escreves.
Bem, não me recordo exatamente como eu costumava dizer, mas era algo semelhante: "Há vidas que não são vividas. Assemelham-se ao monótono sono da morte."
Deste sono espero que despertes. Ou que ainda enquanto adormecida, teu sonho seja vida. Seja algo além do aquém e além-dor.
Amo-te.
<3