Entre teias de pó e cimento. Há uma voz que me faz voltar, me faz ver tudo o que passou e que ainda resta. Me faz crer na doença.
Então me diga o que disseste antes, repita, seja clichê, não me importa. As gotas do copo d'água que tomaste já secaram sobre a toalha de renda, e feito água minhas lágrimas ainda não.
Os restos de tudo, do todo que éramos, de quando seguravas minha mão, de quando eu esperava para morrer. Há entre os restos do pó; as teias, entre o cimento; o pó, entre a renda; a água.
Me faz crer, vamos! Me faz crer hoje, que amanhã eu ainda poderei olhar o céu, e descobrir que a noite é apenas o começo de uma nova manhã.
Mesmo que entre chamas de vidro e areia. Há um reflexo que me faz voltar por ti, me faz vislumbrar o que ainda não conquistei, me faz crer que tu estás doente e é assim que deves permanecer.
Me diga, me mostre, tatue, costure, de maneira essa qualquer; apenas o faça ficar.
Pois os restos de tudo morreram mim, do todo que éramos hoje putrefam por dentro. Ainda há chamas entre os vidros, entre os vidros; areia.
Tu me prendes e sujas, me assiste secar.
Tu me queimas e marca de gado, me cortas e chateias.
Tu me dói.
Repita, faça clichê para lembrar... Tu és eu.
(Suelen de Miranda)
*I don't know what to do.
Amo-te (LL).
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