quarta-feira, setembro 13, 2017

Quarentena'



 

Não encosta mais em mim.
Tudo que eu disse e tu deverias ir embora;
Me deixar feder e mudar de cor.
Tudo que eu fiz e tu deverias chorar;
Me deixar vazar e expor o que for.
Não se aproxime, não olhe para mim.
Tudo que eu pensei e tu deverias saber;
Me cobrir de sujeira e me assistir mesclar.
Tudo que escondi e tu deverias ver.
A cicatriz é nova e tu não viu abrir.
O desespero é ancião e tu não ainda não entende.
Não importa o que tu faças a não ser que seja fugir.
Eu adoeço a cada vez que sinto medo,
O barro ainda é vermelho, e eu ainda quero ter certeza.
Não toque mais em mim.
É muito mais que ser contágio. 
Estou avisando.
Eu irei ruir. 

[Suelen de Miranda]

*Não era isso. É de hoje mas eu não estou aqui. Não está tudo. Eu não estou.
Está difícil respirar de novo, e ninguém se afasta. Era pra ser protocolo; como dos filmes. Mas deve ser interessante, deve ser divertido olhar de perto. Todo mundo gosta de uma tragédia que não seja a sua. 
Ele ainda tem a chave do portão. 
 

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