quarta-feira, outubro 10, 2018

Medida'




Tu ainda lembra?
Até porque tu nunca foi apenas membros;
Tu foi casa e abraço.
Mesmo eu sendo apenas visita.
Tu ainda lembra?
Até porque tu não foi apenas pele.
Tu foi cama e toque.
Mesmo eu sendo apenas despedida.
Tu ainda lembra?
Até porque tu nunca foi apenas cérebro.
Tu foi voz e salvação.
Mesmo eu, sendo apenas.
Tu ainda lembra de mim?
O que tu não és mais; eu quero me tornar.
O que tu és resto; eu quero reconstruir.
Faz o vento me dizer que tu deixa...
Que me perdoa por insistir em te procurar.




[Suelen de Miranda]



*Eu prometo que tentarei escrever sobre outras coisas. Mas é difícil escrever sobre algo diferente quando escrever é sangrar, e só se sangra por um corte.
As coisas estão esquisitas. Eu não conheço mais ninguém. Quase nem eu mesma. 

sábado, outubro 06, 2018

Sequela'








Tudo que é demais, se torna nada.
Por todas as vezes em que queimamos;
A céu aberto ou em frente ao teu fogão.
Teu exagero e minha cautela, 
Nós dois sem sabermos subtrair.
Tudo que é demais, se torna nada.
Por todas as vezes que chovemos;
Sob uma música alta ou no teu sofá.
Tuas promessas e meu medo,
Nós dois sem podermos partir.
Tudo que é demais, se torna nada.
Por todo o tempo que fomos;
Em meio aos gritos ou na madrugada.
O que tu pedias e eu possuía,
Nós dois sem querermos parar.
Tudo que é demais, se torna nada.
Talvez seja por isso,
Pois eu tenho percebido...
Onde tu dói, eu não sinto mais.


[Suelen de Miranda]


* Eu levo feito amuleto da sorte. Levo comigo até onde não deveria.
Acalento o que me convém pra funcionar de 2ª a 2ª e seguir o protocolo.
Saudade é hematoma que não vai embora. 
Estar basta, coração.