Acabo de me sentar à mesa dos que nunca descansam.
Escrevo sobre coisas que ainda nem pensei. Coisas fúteis,
coisas...
Hoje escrevo sóbria, e é como se tudo fluísse com lógica.
Lógica dos escritos póstumos, lógica ao pensar naqueles que lógica nunca possuíram.
A mariposa que enfeitava o teto sumiu.
Meus olhos ardem ao tentar descansar de um dia de fugas.
Ainda escrevo sobre minha lógica, mesmo que não.
Fugindo de todos os sentidos já usados. Racionando assim e
só.
Escrevo ao apoio da mesa dos que nunca descansam. Escrevo
sobre ti, sobre mim, sobre papel e terra.
A mariposa não voltou a enfeitar o teto; agora ela enfeita
desconhecido.
Escrevo como se a mim fizesse sentido, mas nunca fez.
A razão não cabe os que escrevem com o que sentem, então já
não cabe a mim.
(Suelen de Miranda)
*22/12/2011 – 2:25 a.m.
Acho que estou cansada de terminar antes mesmo de começar. Acho que estou cansada de mim.
Tudo tão pesado, tudo tão cinza. Estou "limpa"; faz algum tempo que não tomo os medicamentos. E eu só deixei de me sentir louca.
Talvez o frio me traga alguma calma. Mas eu já nem quero saber.
(Foto: screens do filme Garota Interrompida<3)